PDAC 2022 – Brasil – Agrominerais e transição energética

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O maior evento de mineração do mundo – PDAC – Prospectors & Developers Association of Canada, que reúne diversos players do setor, dentre eles geólogos, engenheiros, empresas, investidores, bancos, fornecedores de serviços, associações, representantes de países e de estados, ocorreu neste mês de junho, depois de mais de dois anos de suspensão em razão da pandemia do Coronavírus.

Nele são realizados debates, reuniões, exposições, apresentações, almoços, coquetéis, jantares e reuniões, sempre no intuito de fomentar as atividades do setor e gerar novas oportunidades para investimentos.

Dois pontos mereceram destaque no evento deste ano, quando o assunto foi o Brasil: (i) Agrominerais e (ii) e minerais a serem utilizados na chamada Transição energética.

Os chamados Agrominerais são utilizados para a produção de fertilizantes, os quais são responsáveis por fornecer nutrientes para as plantas. Eles são essenciais na produção do Brasil, conhecido como o “Celeiro do mundo”, que é o quarto maior produtor mundial de grãos (arroz, cevada, soja, milho e trigo) e o responsável por 7,8% da produção total mundial.

A invasão da Ucrânia pela Rússia trouxe à tona (e com grande senso de urgência) a necessidade da busca por meios de fomentar a pesquisa e a lavra de Potássio e de Fosfato no Brasil, além da diversificação de países fornecedores.

Em termos estratégicos, o Brasil lançou Plano Nacional de Fertilizantes no início deste ano, com o objetivo de planejar o setor de fertilizantes até 2050, promovendo o desenvolvimento do agronegócio nacional.

Fosfato e potássio são dois dos principais insumos para a agricultura que, juntamente com o nitrogênio, constituem o fertilizante NPK (N – Nitrogênio; P – Fosfato e K – Potássio). De acordo com dados fornecidos pela Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil (Ama), 55% do fosfato e 96% do potássio são importados. Em 2020 o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), empresa pública ligada ao Ministério de Minas e Energia, finalizou pesquisas voltadas para a prospecção dos insumos tradicionais.

Existe uma grande expectativa pelo aumento da demanda por esses insumos ao longo da próxima década e a chamada “Segurança Alimentar” é tema recorrente no mundo todo, o que torna o assunto cada vez mais relevante.

Vale destacar que a cadeia de fertilizantes é de alta complexidade e tem intersecção com os setores de produção de alimentos, energia, com as indústrias química, de mineração, de óleo e gás e com o comércio exterior.

Também foram protagonistas do evento os minerais utilizados com a tecnologia. Pelo lado da transição energética, os tipos de recursos minerais usados variam de acordo com a tecnologia. Lítio, níquel, cobalto, manganês e grafite são cruciais para o desempenho, longevidade e densidade das baterias. Elementos de terras raras são essenciais para ímãs permanentes que são vitais para turbinas eólicas e motores de veículos elétricos. As redes de eletricidade precisam de uma grande quantidade de cobre e alumínio, sendo o cobre a pedra angular de todas as tecnologias relacionadas a expansão da eletricidade.

Ambos os temas vêm gerando boas expectativas, sendo objeto de estudos, pesquisas e investimentos e, certamente, beneficiarão o Brasil e o mundo, seja na produção alimentar, seja na transição do uso de energia.

O Setor de Mineração do escritório está à disposição para qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas. Basta enviar e-mail à Equipe Mineração (mineracao@siqueiracastro.com.br).